quinta-feira, 24 de março de 2011

O verdadeiro milagre


E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra. Então veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente. Então ele se levantou, e foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba. E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão. Porém ela disse: Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.
E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra. E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.
Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; conforme a palavra do SENHOR, que ele falara pelo ministério de Elias. (I Reis 17. 7-16 Bíblia Hábil)

Esta é uma humana revelação da atitude divina ante os seus filhos.

O que tem mais valor? Ver um milagre extraordinário, maravilhoso aos olhos, espantoso? Mas que amanhã não suprirá sua necessidade diária, um pão multiplicado hoje, extravagantemente claro aos olhos, mas que a sua falta irá te fazer passar fome amanhã? Ou o milagre do suprimento cotidiano, o milagre imperceptível da sustentação diária?

As pessoas, principalmente os que se dizem “pentecostais”, não percebem este detalhe, assim como o povo não percebia que no êxodo eles tinham suas necessidades básicas alcançadas diariamente, mas o povo quer determinar um milagre que não exija dele esforço algum para conquistá-lo, o povo quer ver chuva de canivete, chuva de casa própria, chuva de emprego, sem se capacitar para tal.

Deus quer ensinar que o maior milagre é imperceptível a pessoas fúteis, mas valorizado por pessoas dignas que percebem no dia a dia, nas coisas simples da vida a poderosa mão de Deus, essas pessoas jamais exigirão dEle, jamais se indignarão e jamais se frustrarão com Deus, pois sabem que Ele trabalha de forma natural e soberana na regência do Universo. Que a sua atuação é um ciclo gradativo de acontecimentos que cooperam para o bem dos que O temem. Que Ele não interfere na ordem natural das coisas, mas faz da sua atuação e intervenção um processo dentro da ordem para um fim proveitoso. No milagre da vida Ele lança sua ação, dessa forma entende-se que nada se faz sem a sua vontade e atuação, diferente do ato esporádico e chamativo que tem mais a cara do diabo, que executa coisas maravilhosas aos olhos dos homens para chamar sua atenção e usá-los, mas que essas obras não evocam nenhum beneficio aos seres humanos, sendo apenas ilusão.

As coisas de Deus são naturais e duráveis, é executada em processos preparatórios ao ser e leva a fins benéficos que geram futuro.

Diego Marcell 21-10-10

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