segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Disney e suas coisas estranhas


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Dez coisas que aprendi [errado] sobre Deus com os pastores da TV


Já sou um tanto antigo nessa coisa de TV e ano que vem completo a maioridade etária nessa coisa de religião. Sou de um tempo em que as manhãs de sábado tinham Jimmy Swagartt na antiga TV Bandeirantes (Band vem daí, novinhos) e Caio Fábio aparecia vez ou outra na Globo (sonho de consumo e masturbação egoica do Silas atualmente). Vi os primeiros programas do Edir ainda cabeludo e tenho até saudades do tempo em que o Malafaia usava bigode.

De lá pra cá, adultérios e escândalos à parte, muita coisa mudou. O que era pouco se acabou… Opa, música errada. O que era doce azedou. A Band hoje tem dúzias de pastores em sua programação, a Globo resolveu não se misturar mais com essa gentalha, a Record foi comprada pela veterotestamentária IURD e, como grana pouca é esmola, vieram a Record News e várias estações de rádio. Por falar em gentalha, o SBT continua firme e forte (tá, nem tão firme assim), resistindo à investida dos milhões feitos de tostões.

Bom, mas não é esse o mote aqui. Quero compartilhar dez coisas que aprendi ao longo dos anos sobre Deus com os pastores televisivos. Vamos lá:

1. Deus é bipolar
Pra não dizer esquizofrênico, digo que aprendi que Deus é bipolar. Afinal, cada um dos quinze televangelistas (os que consegui me lembrar enquanto escrevo) diz que Deus é, pensa e age de um jeito diferente. Uma hora Deus é amoroso e perdoador, na mesma hora, mas em canal diferente, Deus é irado e pronto a nos destruir com requintes de crueldade. Um diz que ele só quer o coração, outro diz que “é tudo ou nada”, ou melhor, com Deus “ou dá ou desce”. Como sei que nenhum deles mente ou fala do que não conhece, a conclusão óbvia é que todos estão certos e, portanto, Deus é, digamos, bipolar. Isso sem contar no discurso dúbio de “graça e alegria” pro pecador e “choro e ranger de dentes” pro já converso.

2. Jesus é masoquista
Juro que já ouvi “Jesus exultou de alegria naquela cruz” e “Jesus ansiava pela crucificação”. Até entendo o que Max Lucado diz quando fala que “Ele escolheu os cravos”, mas a quantidade de descrições adjetivadas e minuciosas sobre os sofrimentos de Jesus me dão a certeza de que os pastores acreditam que Jesus gostava de sofrer.

3. Deus já foi de direita, hoje é de esquerda
Na verdade, o que tenho visto ao longo dos anos é que Deus é governista, sempre, de forma irrevogável (oi, Mercadante). Os pastores dizem que devemos orar pelas autoridades (o que é bíblico), mas o que mostram é que Deus gosta mesmo é de um poderzinho temporal. Poucas vezes vi um pastor televisivo reclamando do desmazelo e ineficiência dos governos. Antes, mostram sempre seus melhores ângulos quando suas igrejas são visitadas pelos políticos. Será que rola um cabide de empregos celestial? Acho que sim, pois em toda denominação televisionada, Deus tem seus candidatos escolhidos e maldições prontas pros rebeldes que ousarem desafiar a lei do “irmão vota em irmão”.

4. Deus não inventou as borboletas
Coitadas, criaturas infernais, crias de Belzebu. Sim, numa dessas matinês vi um pastor explicando como a Nova Era estava usando a Disney para nos encher de mensagens subliminares (que de tão óbvias penso serem sublinhadas) e nos enfeitiçar. Prova de que os desenhos animados trazem a mensagem do capiroto? Sempre há uma borboleta voando quando o personagem corre perigo. Tadinho do Bambi, que além de órfão virou um ser possesso por uma pomba-gira. E o Corujito? Então, não se esqueçam: borboletas são bichinhos do mal.

5. Deus gosta duma muvuca
Deus é um cara popular, digo mais, popularesco. O Céu deve parecer o Programa do Ratinho nos velhos tempos. A julgar pelos cultos transmitidos, em especial os de extors…, digo, exorcismo, Deus não gosta daquela coisa certinha, ordeira e calma. O pau quebra e o barraco treme quando Deus está presente, foi o que aprendi com a pastorada da TV. Desde os tempos de Davi Miranda que sabemos que o barulho é porque Deus está operando (e sem anestesia).

6. Deus é surdo
Seria essa uma redundância com o item acima? Acho que não. Mas deixe-me corrigir: Deus é deficiente auditivo (em tempos de politicamente correto, sabe como é, né?). Ocorre que aprendi ao longo de quase duas décadas que é preciso falar alto, repetir mais alto e, por último gritar com Deus para que ele ouça nossos pedidos. Sempre que ouvir a deixa “com mais fé, irmão” é porque naquele dia a coisa tá difícil de chegar aos ouvidos divinos. Encha os pulmões e tente a sorte.

7. Deus é chantagista
Triste constatação. Mas não tem jeito. Aprendi muito bem explicadinho que Deus dá piti, toma presentes, fica de mal, emburra e, às vezes, até promete ir embora e levar a família com ele, nos deixando na sarjeta da solidão, na rua da amargura, na porta do inferno abraçados com o capeta. Tudo isso se não cumprirmos cada um dos caprichos divinos que os pastores gente fina fizeram o favor de catalogar e nos repassar pra não ficarmos mal na fita com o Poderoso. Coisa parecida com as avós que dizem horrores se não formos todo domingo almoçar na casa delas.

8. Deus tem problemas em manter sua santidade
Das coisas que aprendi com a pastorada da TV, talvez essa seja a que mais me confundiu de início. Segundo vi e ouvi em anos de programação evangélica, Deus é santo, muito santo, santíssimo. Ok, é bíblico. Até Jesus confirmou isso. Mas essa santidade toda dá um trabalhão. É uma mania de limpeza sem fim. É coisa de limpar as vestes toda semana, a preocupação dos pastores em lavar os pés do povo da igreja em água com colônia de rosas, em vestir um manto sagrado, em se enxugar numa toalhinha abençoada, até em por uma touquinha na cabeça já falam. É como se santidade fosse saúde, mas pra se manter saudável, Deus não permitisse que chegássemos perto antes de tirar todos os germes da roupa, da pele e dos sapatos.

9. Deus gosta mais dos caçulas
Diz Jesus que Deus é pai, mas os pastores me ensinaram a verdade: Deus é avô. E tem predileção pelos caçulas, pelos novinhos (sem menção à pedofilia aqui, faça o favor). Ocorre que Deus vai perdendo a graça com os assuntos mais antigos, dos pastores e cristãos mais velhos. Deus gosta é de novidades, dos assuntos do momento. Pra que hinos e canções, se a onda agora é louvorzão e baladas gospel? “Deus é jovem” ouvi uma bispa dizer antes de ser presa com dólares na ca…pa da Bíblia. “Deus é dez”, “Deus é da hora”, “Deus é irado” (se bem que faz sentido se lembrarmos que Deus é bipolar) são coisas que aprendi vendo os programas televisivos mais animadinhos. Sem contar que Deus agora tá numa onda de grupinhos que precisa ver. No meu tempo, era panelinha, mas tudo bem.

10. Deus gosta mesmo é da minha grana
Por fim, algo que me decepcionou em Deus, mas que agradeço aos pastores da TV pela sinceridade com que tratam o assunto: Deus é interesseiro. Lendo sobre Jesus no Novo Testamento, cheguei a ter uma primeira impressão legal de Deus sobre esse aspecto. Mas logo os pastores me contaram a verdade. Se eu quiser alguma coisa com Deus, o jeito mais fácil é molhar a mão do ser divino. Tenho minhas dúvidas agora com o lance de “dono do ouro e da prata”, mas vá saber. Sei que pastor não mente, portanto a coisa a se fazer para conseguir algo de Deus é pagar. Há pastores mais modestos que operam nos 10% regulamentares, mas há alguns que por um pouco (ou muito) a mais conseguem agilizar a bênção. Há taxas específicas, como os R$ 900,00 para a casa própria ou os 30% pra Deus abrir as portas. Mas algumas regalias e favores divinos só funcionam na base do tudo ou nada. Esteja (com o talão de cheques) preparado.

Não sei bem o que fazer com tudo isso que aprendi sobre Deus com os pastores da TV. Alguma dica?

E se Jesus fosse neopentecostal?


Se Jesus fosse neopentecostal, não venceria satanás pela palavra, mas teria o repreendido, o amarrado, mandado ajoelhar, dito que é derrotado, feito uma sessão de descarrego durante 7 terças-feiras, aí sim ele sairia. (Mt 4:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria feito simplesmente o “sermão da montanha”, mas teria realizado o Grande Congresso Galileu de Avivamento Fogo no Monte, cuja entrada seria apenas 250 Dracmas divididas em 4 vezes sem juros. (Mt 5:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, jamais teria dito, no caso de alguém bater em uma de nossa face, para darmos a outra; Ele certamente teria mandado que pedíssemos fogo consumidor do céu sobre quem tivesse batido pois “ai daquele que tocar no ungido do senhor” (Mt 5 :38-42)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria curado o servo do centurião de Cafarnaum à distância, mas o mandaria levar o tal servo em uma de suas reuniões de milagres e lhe daria uma toalhinha ungida para colocar sobre o seu servo durante 7 semanas, aí sim, ele seria curado. (Mt 8: 5-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria multiplicado pães e peixes e distribuído de graça para o povo, de jeito nenhum!! Na verdade o pão ou o peixe seriam “adquiridos” através de uma pequena oferta de no mínimo 50 dracmas e quem comesse o tal pão ou peixe milagrosos seria curado de suas enfermidades. (Jo 6:1-15)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele até teria expulsado os cambistas e os que vendiam pombas no templo, mas permaneceria com o comércio, desta vez sob sua gerência. (Mt 21:12-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, nunca teria tido para carregarmos nossa cruz, perdermos nossa vida para ganhá-la, mas teria dito que nascemos para vencer e que fazemos parte da geração de conquistadores, e que todos somos predestinados para o sucesso. E no final gritaria: receeeeeeebaaaaaa! (Lc 9:23)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele teria sim onde recostar sua cabeça e moraria no bairro onde estavam localizados os palácios mais chiques e teria um castelo de verão no Egito. (Mt 8:20)

Se Jesus fosse neopentecostal, Zaqueu não teria devolvido o que roubou, mas teria doado seu ao ministério. (Lc 19:1-10)

Se Jesus fosse neopentecostal, não pregaria nas sinagogas, mas na recém fundada Igreja de Cristo, e Judas ao traí-lo não se mataria, mas abriria a Igreja de Cristo Renovada.

Se Jesus fosse neopentecostal, não diria que no mundo teríamos aflições, mas diria que teríamos sucesso, honra, vitória, sucesso, riquezas, sucesso, prosperidade, honra…. (Jo 16:33)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele seria amigo de Pôncio Pilatos, apoiaria Herodes e só falaria o que os fariseus quisessem ouvir.

Certamente, Se Jesus fosse neopentecostal, não sofreria tanto nem morreria por mim nem por você… Ele estaria preocupado com outras coisas. Ainda bem que não era.

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria prendido satan, mas pisado na cabeça dele por mil anos com sapato de fogo

Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=14452493&tid=5637281225318380538&na=1&nst=1

Comentário da Estrangeira:

Se Jesus, em sua vinda, agiu totalmente contrário aos ensinamentos de denominações neopentecostais, essas igrejas e lideranças têm ensinado heresias, e inclusive arrecadado milhões com a desculpa de “evangelizarem em nome de Jesus”. Porém, Jesus dizia que quem O seguia fazia as mesmas obras que Ele, e que muitos que diziam Senhor, Senhor! não entrarão no Reino dos Céus.

Isso é muito grave!!!

Significa que muitos que se dizem cristãos não o são de verdade, por aceitarem ensinos contrários aos de Cristo. Pensam serem salvos, mas estão seguindo os ensinos do evangelho de Mamom, o evangelho do entesouramento de riquezas e sucesso aqui na terra. Isso significa que muitos, até com o coração puro, estão financiando ministérios que, no final, levarão muitos à perdição eterna.

Citar o nome de Jesus não significa pregar a Jesus Cristo, o Filho de Deus. O verdadeiro seguidor de Cristo faz e ensina aquilo que Ele fazia. Jesus nunca buscou riquezas ou sucesso pessoal, dava a outra face, cuidava dos órfãos e das viúvas e de todos os que se chegavam a Ele.

Infelizmente, vivemos num momento em que a igreja se irmanou com o mundo, e por isso busca suas ferramentas e seu conforto. A igreja, em boa parte, se conformou com o mundo, negando o ensino do apóstolo Paulo (Rm 12.2), ao invés de ser sal e luz, de dar gosto e iluminá-lo. Por isso, muitos olham a igreja, no geral, como algo corrupto e que busca apenas seus próprios interesses, tornando ainda mais difícil a aproximação dos incrédulos.

Está na hora dos de coração puro abrirem seus olhos para essa triste realidade espiritual: a de que, em nome de Jesus, muitos estão sendo enganados.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Só mais um pedido


Porque não posso ver a sede das repetições caio na geladeira do relógio, te magôo sem perceber, magoa sonolenta que apavora uma semana, um dia, um minuto, o tempo imperceptível.
O breu e o pó da tristeza pincelados em doenças, nossas paredes não são assim, obsessão, sonda particular, depressões da história, dos livros de história e não da nossa história. Vamos escrever à nossa maneira! Afinal, somos artistas ou não?
A cultura pós-moderna do modelo de convívio já está fora de moda. E lembre que não fazemos parte deste mundo.
Às vezes eu te falo para mim e será meu único pedido desta vez. Que eu gostaria que percebesse. Se ainda for complexo demais ou banal demais; mas hoje nada mais é banal. Ou nunca foi? Ou sempre foi? Ou não é o tempo, se os valores estão na pessoa o que é importante? Não ver o mal é a sua poluição, talvez seja isso importante ou não, mas talvez toda negação seja uma explosão interna, por isso eu só queria pedir desculpas (apesar de ser outro pedido), retiro se preferir, só farei afirmações!
Vamos viver o nós, mesmo que o leque abrace novos horizontes, vamos casar, ter filhos, vamos contemplar as belezas da criação espalhadas por aí, vamos nos dedicar ao nosso Pai até que Ele nos queira ao Seu lado.
As datas irão passar, então importa?
O ser “nós” é para todos os dias.
Te amo pedaço de mim.

Diego Marcell 14-02-2008

sábado, 13 de agosto de 2011

Alento aos desolados com a Igreja


11/08/2011
por Leonardo Boff

Atualmente há muita desolação com referência à Igreja Católica institucional. Verifica-se uma dupla emigração: uma exterior, pessoas que abandonam concretamente a Igreja e outra interior, as que permanecem nela mas não a sentem mais como um lar espiritual. Continuam a crer apesar da Igreja.

E não é para menos. O atual Papa tomou algumas iniciativas radicais que dividiram o corpo eclesial. Assumiu uma rota de confronto com dois importantes episcopados, o alemão e francês, ao introduzir a missa em latim; elaborou uma esdrúxula reconciliação com a Igreja cismática dos seguidores de Lefebvre; esvaziou as principais intuições renovadoras do Concílio Vaticano II, especialmente o ecumenismo, negando, ofensivamente, o título de “Igreja” às demais Igrejas que não sejam a Católica e a Ortodoxa; ainda como Cardeal mostrou-se gravemente leniente com os pedófilos; sua relação para com a AIDs beira os limites da desumanidade. A atual Igreja Católica mergulhou num inverno rigoroso. A base social de apoio ao modelo velhista do atual Papa é constituída por grupos conservadores, mais interessados nas performances mediáticas, na lógica do mercado, do que propor uma mensagem adequada aos graves problemas atuais. Oferecem um “cristianismo-prozac”,apto para anestesiar consciências angustiadas, mas alienado face à humanidade sofredora e às injustiças mundiais e a situação degradada da Terra.

Urge animar estes cristãos em vias de emigração com aquilo que é essencial ao Cristianismo. Seguramente não é a Igreja que não foi objeto da pregação de Jesus. Ele anunciou um sonho, o Reino de Deus, em contraposição com o Reino de César, Reino de Deus que representa uma revolução absoluta das relações desde as individuais até as divinas e cósmicas.

O Cristiansimo compareceu primeiramente na história como movimento e como o caminho de Cristo. Ele é anterior a sua sedimentação nos quatro evangelhos e nas doutrinas. O caráter de caminho espiritual é um tipo de cristianismo que possui seu próprio curso. Geralmente vive à margem e, às vezes, em distância crítica da instituição oficial. Mas nasce e se alimenta do permanente fascínio pela figura e pela mensagem libertária e espiritual de Jesus de Nazaré. Inicialmente tido como “heresia dos Nazarenos” (At 24,5) ou simplesmente “heresia” (At 28,22) no sentido de “grupelho”, o Cristianismo foi lentamente ganhando autonomia até seus seguidores, nos Atos dos Apóstolos (11,36), serem chamados de “cristãos.”

O movimento de Jesus certamente é a força mais vigorosa do Cristianismo, mais que as Igrejas, por não estar enquadrado nas instituições ou aprisionado em doutrinas e dogmas. É composto por todo tipo de gente, das mais variadas culturas e tradições, até por agnósticos e ateus que se deixam tocar pela figura corajosa de Jesus, pelo sonho que anunciou, um Reino de amor e de liberdade, por sua ética de amor incondicional, especialmente aos pobres e aos oprimidos e pela forma como assumiu o drama humano, no meio de humilhações, torturas e da execução na cruz. Apresentou uma imagem de Deus tão íntima e amiga da vida, que é difícil furtar-se a ela até por quem não crê em Deus. Muitos chegam a dizer: “se existe um Deus, este deve ser aquele que traz os traços do Deus de Jesus”.

Esse cristianismo como caminho espiritual é o que realmente conta. No entanto, de movimento, ele muito cedo ganhou a forma de instituição religiosa com vários modos de organização. Em seu seio se elaboraram as várias interpretações da figura de Jesus que se transformaram em doutrinas e foram recolhidas pelos atuais evangelhos. As igrejas, ao assumirem caráter institucional, estabeleceram critérios de pertença e de exclusão, doutrinas como referência identitária e ritos próprios de celebrar. Quem explica tal fenômeno é a sociologia e não a teologia. A instituição sempre vive em tensão com o caminho espiritual. Ótimo quando caminham juntas, mas é raro. O decisivo é, no entanto, o caminho espiritual. Este tem a força de alimentar uma visão espiritual da vida e de animar o sentido da caminhada humana.

O problemátio na Igreja romano-católica é sua pretensão de ser a única verdadeira. O correto é todas as igrejas se reconhecerem mutuamente, pois todas revelam dimensões diferentes e complementares do Nazareno. O importante é que o cristianismo mantenha seu caráter de caminho espiritual. É ele que pode sustentar a tantos cristãos e cristãs face à mediocridade lamentável e à irrelevância histórica em que caiu a Igreja atual.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Fome (necessária ou não)


A fome come
Meu abdômen
Como sou carne
E não homem

Como sou terra
E não país
O homem me come
Desde a raiz

Como sou homem
E não gente
O homem come
A minha mente

Como sou mente
E não presidente
O presidente come
A nossa gente

Diego Marcell 07-09-2006

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Reflexão industrial



Se eu preciso me capacitar para trabalhar, como pagarei a capacitação se não tenho trabalho?

Diego Marcell 08-08-11

A INJUSTIÇA DA JUSTIÇA PÓSTUMA


(sobre mercado editorial)

DE QUE ADIANTA EXISTIREM FONTES DE REPRODUÇÃO PARA REPRODUZIREM APENAS VELHARIAS?
SE VOLTAR APENAS PARA SEU LUCRO, NÃO HÁ PROPOSTAS PARA INOVAR O MERCADO LITERÁRIO.
QUANTA PORCARIA É REPRODUZIDA PORQUE PORCARIA VENDE, E TODO DIA SURGE OUTRA PORCARIA, PORQUE A OUTRA JÁ NINGUÉM SE LEMBRA, PORQUE NÃO SE DEVE SER LEMBRADO MESMO.
JUSTIÇA PÓSTUMA É INJUSTIÇA, É DESUMANO!

Diego Marcell 05-08-11

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Então, se o negócio é sucesso de bilheteria!!!


por Edson Bueno em seu blog.

Deu no blog do Arthur Xexéo: “Com a estreia, nesta sexta-feira, de "Não se preocupe, nada vai dar certo", de Hugo Carvana, o cinema brasileiro vai atestar se este é mesmo o seu melhor período dos últimos anos em termos de bilheteria. Como comprova o site Filme B, os números, desde o mês passado, são consagradores. "Cilada.com" já ultrapassou a marca de 2,5 milhões de espectadores. "Qualquer gato vira-lata" chegou, no último fim de semana, a 1,1 milhões. E "Assalto ao Banco Central" alcançou, no meio desta semana, seu primeiro milhão de espectadores. Essas bilheterias associadas a sucessos do começo do ano, como "De pernas pro ar" (3,5 milhões) e "Bruna Surfistinha" (pouco mais de dois milhões) devem trazer ao cinema brasileiro uma ótima participação no mercado em 2011.” Então é isso, o Cinema Brasileiro vai de vento em popa! Até acho fantásticos e comemoráveis estes números se levarmos em conta que o cinema americano (guardando as devidas proporções...) também navega em águas parecidas. As maiores bilheterias do ano, as que carregam milhões de pessoas para os multiplex, são porcarias feitas para aguçar olhos amortecidos e preguiçosos. Até este meio de ano quem deu as cartas por lá foi “Transformers 3” (mais do que abaixo da crítica), “Se Beber Não Case 2” (despencando no lodo), “Capitão América” (de doer de chato!), “Piratas do Caribe 4” (Johnny Depp metaformoseando grande interpretação em canastrice metida a paródia!) e outros tão ruins quanto...! “X-Men 4”, “Rio”, “Midnight In Paris” são apenas boas exceções. Então que até aí, tudo bem! Mas o que torra a paciência é que você não vê em cartaz filmes brasileiros verdadeiramente artísticos, preocupados com questões humanas, com linguagem ou com beleza. Não é possível? Oras, mas tudo não é patrocinado pelo governo? Então, o que custa fazer um exerciciozinho de imaginação, pegar um dinheiro desses e fazer uns dez ou doze filmes no nível de um “O Segredo dos Seus Olhos” (Argentina) ou “Poesia” (Coreia do Sul), por exemplo? Esse é o mistério que ronda a nova onda do cinema brasileiro. Há, de verdade, o que comemorar? É a expressão da alma brasileira que se vê em alguns daqueles filmes que estouraram nas bilheterias? Estava hoje assistindo a um filme muito interessante feito para a televisão inglêsa em 2009: “Um Inglês em Nova Iorque”, sobre o homossexual assumidíssimo, Quentin Crisp (1908/1999). Em determinado momento uma garota olha para ele e solta algo como: “Você é tão viado que nem gay é!” Perfeito! Mas não era disso que eu ia falar. Quentin, interpretado no crepúsculo, pelo maravilhoso John Hurt, a certa altura apresenta um artista plástico a um dono de galeria e o cara recusa o trabalha com o argumento de que, em nossos tempos, ninguém está preocupado com mensagens, ninguém quer saber de bandeiras, de arte engajada em ideias. E Quentin, entediado pela mediocridade geral, comenta: “Arte que não pensa, que mantém todo mundo no conforto…..”. Mais ou menos isso. Pra conseguir dinheiro do governo (leia-se povo brasileiro!), o sujeito tem que convencer um diretor de marketing de uma empresa qualquer, que o filme vai ser um sucesso... de público, claro! Alguma coisa está fora da ordem... Godard disse dia desses que o cinema de autor estava acabado: “Se um norueguês consegue fazer um filme tão ruim como no cinema americano...!” Na mosca, grande Godard!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A reprodução e a novidade


A reprodução de “coisas” não tem por que, não viso fazer o que já existe usando minha visão apenas acredito no livre exercício da arte e da linguagem, nisso quero apropriar a criação. Fazer da vivência deste imaculado habitat da alma a mácula carnal da sensação material. Tudo até aqui foi apenas exercício da prévia do artista, agora só importa o laboratório para a criação, acreditar no espírito pós-moderno que sujeita a estética à sua reverência.

Quero encontrar no núcleo mais absorto do teatro o jogo para re-vivê-lo, interpretando-o no âmago da expressão dramatúrgica e visual que dele se pode extrair.

No cinema, quero mexer com sua elasticidade videática, cores, texturas, frames, cortes, edições, brilho, poesia e moda, quero delirar, porque cinema é delírio, é loucura, e quando deixa de ser, perde todo valor artístico.

Quero falar com suportes e conceitos novos, velhos e diferentes e mesclá-los, quero com isto vender a idéia pós-moderna como a liturgia necessária para salvar-nos, pobres mensageiros da odisséia terceiro mundana, que ainda não aprendeu o que é isto que reproduz tão velozmente.

Religião-esporte-arte são as bases da vida, só assim se pode chegar ao ser e ao Ser. Mas o resquício modernista-iluminista que ainda ladra no ouvido capitalista é o que nos enterra vivo na solidão da cidade, sem ar nos deixam os “professores”, os analistas, os industriais que nos matam por venderem suas almas frias e secas para este discurso velho e fantasmagórico que tem seus dias contados, mas que se aproveita da letargia terceiro mundana.

Os computadores são vitimas dos seus “cientistas da computação”, quando deveriam ser o libertador nesta conexão pensante e criativa.

O terceiro mundo precisa deixar de ser manipulado vendo apenas o que lhes permitem. O terceiro mundo precisa entrar em conexão, infelizmente apenas os pequeninos estão conectados e, portanto, abafados pelo grande e velho ideal fantasmagórico da modernidade.
Vamos unirmo-nos pelo (re)manejamento do ideal da idéia pelo pensamento universal temporal que como bebê em trabalho de parto permanece metade para fora e metade para dentro da madre, vamos parir este pensamento, vamos unirmo-nos para dar peso ao voto na linguagem e pela democratização da estética, pois em se tratando de terceiro milênio pós-cristão, isto é a liberdade!

Diego Marcell 05-08-11

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Lado A – lado B


Se eu me identifico mais com os “do lado B” não quer dizer que eu concorde com todos eles em tudo, ou que eles estejam certos, mas é que eles são verdadeiros e honestos naquilo que expõem; já os “bonitinhos” são hipócritas e em quase tudo mentirosos consigo mesmos.

Diego Marcell 27-04-2009

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