quarta-feira, 27 de julho de 2011

Momentos hilários da genialidade: Nietzsche


Certas coisas nas grandes personalidades da história me fazer regozijar e gargalhar, neste momento vou tomar apenas um exemplo: Nietzsche, hoje o cara é pop, lido e banalizado por qualquer um, porém vendo a foto acima fica evidente o retrato dele em seu tempo. Ao lado da mulher que tanto amava, mais por sua sabedoria que o encantava que meramente pela beleza, foi negado seu pedido de casamento pela bela Lou Andreas-Salomé, o que mostra que realmente era esperta a moça; também na foto se encontra Paul Rée, um rapaz que cativou Nietzsche de algumas formas. Paul namorava Salomé que teve um caso com Nietzsche que amava a ambos. Porém na foto, o filósofo alemão parece meio deslocado, o que eu achei hilário e levando em conta o contexto histórico poder-se-ia desenvolver várias teorias. A minha favorita vou revelar no final.

O cara era mesmo uma figura, analisando friamente, era um coitado, um rejeitado que dava pena, um sujeito de poucos amigos, quando possuía algum, dava um jeito de acabar com a amizade. Veja o caso Wagner, por inveja devido o cara ser músico (sonho frustrado de Nietzsche) e ser bonitão e se dar bem com as mulheres, acabou irritando o professor de filologia, fazendo a inveja fluiu numa crítica endoidecida, pondo fim à amizade.

Já com o moçoilo Paul Rée, foi o contrário, Nietzsche querendo um amigo, citando-o em seu livro, escrevendo em seu diário sobre o rapaz que, se ingrato ou possuidor de alguma verdade que o III Milênio desconhece, Rée acabou afirmando sobre o tão aclamado hoje possuidor de fama exclusivamente póstuma as seguintes palavras: "Nunca pude lê-lo. Ele é rico em espírito e pobre em idéias". "Todos fazem tudo por vaidade, mas a vaidade dele é patológica, irritantemente doentia. Ela o levou a produzir, quando são, grandes obras, de modo normal, já enquanto doente, podendo pensar e escrever com rara frequência, e temendo sobretudo não voltar a fazê-lo nunca mais, a todo custo queria conquistar a fama; sua vaidade doentia produziu algo doentio, muitas vezes brilhante e belo, mas essencialmente deformado, patológico e demente; não um filosofar, mas sim um delirar!"

Desenvolvi então uma teoria sobre a foto que muito me fez rir imaginando os personagens a executá-la. Nietzsche intrometido entrou na foto sem ser convidado, porém, como na época para a foto sair perfeita era necessário ficar imóvel, Salomé e Paul não puderam se manifestar, Nietzsche só queria uma foto com os amigos, enquanto eles queriam a lembrança de um casal enamorado.

Diego Marcell 27-07-11

O paradoxo do não-dualismo


Não sou dualista, sou paradoxal, tentei acreditar no dualismo, mas nunca consegui vivê-lo. Acredito na unidade do ser, acredito na coerência da criação, acredito que posso ser vários sem me contradizer, sem me negar, mas me completar no paradoxo da subjetividade.

Sou mais Jesus que Paulo, talvez mais Nietzsche que Platão, posso concordar e discordar sem padrão, sem a necessidade de se denominar qualquer coisa.

Não sou objetivo e não acho que devemos ser unanimes, acredito na biodiversidade e por isso também na diversidade intelectual.

Na verdade das opiniões verdadeiras e na vontade pura, sem concordar, concordar que exista livremente a necessidade de outros pontos de vista, crescer é mudar sem abdicar, continuar o mesmo sendo outro, a unidade do ser na variedade do ente.

Diego Marcell 26-07-11

terça-feira, 26 de julho de 2011

O que escolhi


Em nome da verdade eu sempre abandonei possibilidades, abdiquei de futuros garantidos, desprezei o que não me era natural; por tudo isso não ganhei nada prático, que me ajude, que me leve para amanhã, muito pelo contrário, adquiri uma solidão existencial que me acompanha em todo momento. Será que esta verdade é mentira? Será que meu ego me possui de tal forma que este Deus que se materializa na salvação dos escolhidos não pode me esconjurar? Se cresse nisso seria ateu.

Estou prestes a me vender, estou na porta do comércio, me abandonando para alimentar o físico, enquanto sufoco minha alma para respirar meu corpo, devo me lançar no ostracismo para ser alguém nessa sociedade vampiresca.

Não sobrou água no meu corpo, me angustio por um amanhã duvidoso, nesta angústia vejo o dia clarear e escurecer e permaneço estático, paralisado, envenenado pelo silêncio.

Tudo que digo não é ouvido, não sou interpretado e não existo, sou impedido de ir e proibido de voltar, só me querem à maneira deles, manequim industrial, ser não-pensante, de cortinas beges, sem barba e com gravata que nem precisa fazer nó. Não importa o que eu como, não importa o que eu sou. Só importa o que eu tenho e eu não tenho nada que eles possam ver.

Eu estou agarrado num fio de esperança que não suportará a brisa do amanhecer.

Diego Marcell 12-07-11

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Oração do encontro


Pai, Deus, Senhor, Criador
Jesus
Ser perfeito
Humano,
Que eu possa me encontrar
Que eu encontre uma religião pessoal
E no centro cósmico
Eu me descubra
Que eu tenha paz
Mansidão e sabedoria
Que eu tenha plenitude física
Para ler o mundo
Para ver os teus sinais
Ouvir a tua voz sem o ruído das nomenclaturas.
Que eu te sinta no meu dom
Que eu te veja em mim
Que eu siga puro no existir
Que eu mergulhe no seu mar
Me purifique numa cachoeira
Sacie a sede numa fonte.
Que a oração sempre seja esta cura
Que me faz te entender
E me conhecer.
Sopra a vida no meu barro
No meu concreto
Na minha alma.
Amém.

Diego Marcell 22-07-11

domingo, 24 de julho de 2011

Academicismo brasileiro ou Isto é Brasil


O academicismo está repleto de conhecimento, mas carente de sabedoria, sem novidade, sem incentivo à experiência, numa produção de réplicas cada vez com menos qualidade. Isto é o 3° mundo, isto é Brasil.

Um país regionalista que a sua tradição não sabe se colocar na atualidade, não sabe se renovar e o que causa este confronto de uma cultura ultrapassada tomada pelo que é moderno – a cópia do exterior – como corpo estranho enxertado para fingir para si mesmo que esta voz que fala é original, mas não é, é eco tímido da criação alheia com pitada descarada desse arcaico ser regional do fim do século XIX e início do século XX.

Com exceção de alguns que tiveram pensamento universal dentro do país como Leonardo Boff na teologia, Marina Silva na política, Niemayer na arquitetura, os Gracie nas artes marciais, CSS na música, Glauber Rocha no cinema, Paulo Freire na educação e alguns outros, mas na amplitude da análise o Brasil não existe neste início de século XXI. Existe uma globalização que precisa avistar o Brasil para dizer para si mesmo que ali ele está, quando Stallone vem explorar sua excentricidade, quando a Gisele faz um “paz e amor” para a câmera ou quando um brasileiro faz um gol bonito, mas um país artístico, intelectual ou cultural não existe por aqui. Uma sólida produção que fomente o surgimento do pensamento destacável é impossível, pois para se conseguir alguma coisa é preciso elaborar projetos detalhados para os editais burocráticos do governo que prioriza nomes de peso, reconhecidos e de carreira mais do que feita, para se conseguir algo neste país se deve estar maduro, quase podre, muitas vezes podre, e aí acontece o desperdício, aqueles que estão prestes a ficarem no ponto da colheita são esquecidos por esta tradição arcaica de interesses políticos.

Diego Marcell 25-04-11

sábado, 23 de julho de 2011

Sala 101


Toda liberdade foi extinguida.

Saber nada é o que eles querem que você saiba, muita informação sem sentido, sem conexão para você saber tudo de nada.

Eles vendem um futuro para quem não teve passado e não tem presente, a vida é passagem, mas isto deve ser apagado da “realidade”.

Hoje a estética foi corrompida, estética, amor e liberdade é o que importa, mas os três foram extinguidos, apesar de suas falsificações estarem na mídia ditando moda...

Diego Marcell 22-04-11

sexta-feira, 22 de julho de 2011

F-ERROR


Será que passo
No ultimo dia
Com pouca euforia
No que faço?

Vozes fora do luxo
Concreto que derrete
Estou a fim de um croquete

Rouco posso atuar
Como quem não sabe entrar
No furacão do seu bucho.

Diego Marcell 19-03-11

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Velho amanhã


Velho
Me jogo
No tempo
No brilho
De quem tem juventude

Velho
Passo sem ver
Sem perceber
Querendo
Mas não sabendo
Sem atitude

Passivo convivo
Enferrujo
Meu marujo enjoado
Sem bóia
Em alto-mar
A sombra ilude.

Diego Marcell 19-03-2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Curitiba Street Music

BAZINGA!

Esvaiu


Tudo se esvaiu
Lançado num plano perfeito,
Só quando sinto o cheiro da cidade
Posso lembrar,
Do que era viver lá.
Talvez ele já não exista
Este “eu” não existe mais,
Preso numa máquina do tempo,
Sou outro vivam,
Mais ácido, mais fermentado,
Mais erudito,
Menos inédito,
Mais imperfeito,
O mesmo covarde de sempre,
Ou tão verdadeiro que não saiba
Me assumir fora de mim e
Por isso me assuma um
Completo inapto ao que não sou.

Diego Marcell 19-03-2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Não-matéria na matéria


Deus está fora da matéria, mas sua onisciência nos mantém, agindo na matéria, pela matéria, para a matéria, na alma das coisas (vento, água, gás, etc) e no espírito das criaturas (seres humanos e animais), seu controle assim se manifesta e seu poder invisível se evidencia.

Sendo o natural da natureza ele põe em ordem o que a matéria é incapaz de fazer por conta própria, já que por conta própria a matéria é impotente, seria o pó acumulado num canto vazio da não-existência.

Mesmo sem interferir na liberdade dos seres, Ele consegue romper qualquer razão não Divina a respeito do dualismo e da ilimitação e da perfeição dos seus atributos e designos.

Diego Marcell 16-03-2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Inventando uma religião para limitar Deus


Sempre que apresentam um cristianismo cheio de esquemas e cálculos e suposições, e acabam o igualando as infinitas religiões existentes no planeta e espalhadas pelas eras, eu me decepciono com o mesmo; sempre que o cristianismo se assemelha a um filme Hollywoodiano, a histórias secretas, a planos revelados e toda essa elaboração de mistérios de dimensões paralelas, eu acabo por desacreditar. Este Deus que parte de conjecturas humanas, de esquemas muito exagerados para um Deus tão superior, que creio eu, não precisaria de tantos artifícios para executar sua obra que se baseia na naturalidade da sua divindade, algo que foge da nossa compreensão e, portanto superior a qualquer tentativa de leitura da mesma.

Deus não precisa limitar-se a regras cingidas de não sei onde e porque motivo para realizar aquilo que deseja.

Por serem seus designos impróprios a nossa capacidade, não tem sentido criarmos a partir da nossa compreensão conceitos para as coisas de Deus.

Diego Marcell 12-03-11

sábado, 16 de julho de 2011

Negação


Geralmente um louco, anti-social, que fala sozinho por não ter amigos suficientes para ouvir suas estranhezas vindas das entranhas do ostracismo; este não pode com uma família comum.

A melancolia é sua alegria, como um surfista gótico que renuncia uma valsa por ser hipocrisia dançá-la.

Por ser um pensador, um questionador do cosmos, não suporta os clichês intelectuais e prefere assistir aqueles seriados para rir que para pensar, mesmo porque consegue arrancar do lixo da banalidade, mais conteúdo filosófico do que de professores cheios de academicismos.

Talvez por isso prefira flertar com o erro, que consentir com aqueles que passaram pela vida sem relevância, mesmo que ache errado o que faz e culpar-se por isso que é a única coisa que não consegue esforçar-se para realizar, porque não sabe ser outro personagem, a realidade é crua demais para negá-la em outra versão. Sentir pena é sua forma de compaixão que se materializa em soluções filosóficas para a vida e só talvez por medo da fome e do abandono total não seja ele mesmo por completo em sua exótica personalidade de repelir o que não faz sentido para a sua reflexão.

Diego Marcell 06-03-2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CURSO INTENSIVO DE TEOLOGIA PÓS-MODERNA


MATÉRIAS:

RELIGIÃO
TEONTOLOGIA
TEXTOS SAGRADOS
PENSAMENTO PÓS-MODERNO
ESPIRITUALIDADE PÓS-MODERNA
HISTÓRIA DA IGREJA
TEOLOGIAS CONTEXTUAIS

MATÉRIAS EXCLUSIVAS PARA IGREJAS:

MISSÕES
PNEUMATOLOGIA

CURSO VOLTADO PARA:
-LÍDERES QUE DESEJAM RENOVAÇÃO
-PESSOAS INTERESSADAS EM RELIGIÃO E TEOLOGIA QUE NÃO NECESSARIAMENTE TENHAM LIGAÇÃO COM INSTITUIÇÕES
-ESTUDANTES E SEMINARISTAS
-PESSOAS QUE QUEREM SABER MAIS A FUNDO SOBRE O QUE MUITAS VEZES É DITO DE FORMA TÃO BANAL E SEM CONHECIMENTO.

VALORES:
PLANO GERAL R$180,00 (por pessoa)
HÁ DESCONTO NO PLANO FAMÍLIA.

PLANO PARA IGREJAS R$250,00 (por pessoa)
HÁ DESCONTO NO PLANO FAMÍLIA

DURAÇÃO:
CADA MATÉRIA É UMA OU MEIA AULA, CADA AULA CORRESPONDE A DUAS OU TRÊS HORAS DEPENDENDO DA NECESSIDADE DO CRONOGRAMA.
PODE-SE FAZER EM UMA SEMANA (TODOS OS DIAS)
FINS DE SEMANA (UM MÊS)
DOIS OU TRÊS DIAS NA SEMANA (DUAS SEMANAS)

LEVE ESTE CURSO TAMBÉM PARA SUA CIDADE, SUA IGREJA, SEU GRUPO DE REUNIÃO, DEBATES OU AMIGOS.

Cada qual no seu canto, cada canto uma dor ou Ninguém tem o que falar !


Como é bom se afundar no vazio, mas só por alguns instantes! Eu cansei das pessoas, cansei do mundo, de todo mundo, menos de você; queria que você se jogasse aqui, me beijando, como de fato fez; porque o resto ta igual, sempre igual, não pretende mutar, mudar, daqui a um ano, ou a um ano atrás estão sempre iguais, não querem crescer, aprender, morrem com o mesmo papo, o mesmo farrapo de trapo e o bafo sempre igual, por isso que eu cansei de tudo, de todos, menos de você e dos filmes antigos, os da França, até da esperança já cansei, até de tentar dormir, repetir o café, o mesmo passo de balé, o mesmo horário de almoço, só não canso do seu pescoço, que me causa alvoroço, só não me canso do seu pescoço que me causa torcicolo.

Que o medo que me causa a cópia dos nossos personagens não se torne independente daquelas mentes sem personalidade que só podem em vida nos imitar (tentar); que elas achem outro sentido para o seu “panis et circensis” , ou então outros personagens com mais emoção que os nossos simples amantes eternos felizes e simples, simplesmente nós, em nosso mundinho sem eles, sem incomodo, o incomodo só vem de fora, num semi-circulo, ângulo sem visão, sem noção que contamina a platéia que tenta ver um show secreto, pois somos tão discretos, ou não? Mas e daí, ninguém foi convidado pra nossa festa pobre feita para nos empobrecer, somente a nós; e essas copias fajutas que descansem em paz nos seus próprios sofás.

Diego Marcell 20/08/06

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Meritocracia

Passado alguns dias


Para mim o passado não existe
Se esfarela num chão liquido
Evapora no vento dos dias
Dias regeneram a célula da vida
E deixa a cicatriz da lembrança
Fragmentada em uma parede
Parede pintada em camadas
Me contando só a partir daí
O que eu quiser
Para ser e durar
Vou me manter vivo
Levando o presente para sempre
E o passado esquecer
Pro futuro não reclamar.

(Diego Marcell, sentimento próprio, dedicado ao amigo Israel, que está de volta as terras do sul, Mafra – SC 19 de abril de 06)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ciclos


As festas contemplam o ciclo!

A um ano no Cine Luz; simbolismo efêmero no reprodutor de eternidades. Banho de decadência e glamour, amigos meus e seus agora banhando as roupas de vinho, de cerveja e gordura de frango, saciar a fome na madrugada com frango; nos moldurando de arte. Assuntos vagos dissipados na noite, imagens eternas gravadas em nossa vida.

Ficar velho, ser velho, com cabeça jovem ou jovem com ensinamentos passados de geração; nada disso notado, que nada se dissolva; é bom envelhecer, é bom viver, é bom amar, o sangue na guerra ama regando o amanhã. Se hoje aquelas pessoas de um ano atrás não estão aqui, nós também não estamos lá, tudo muda e melhora, repetir jamais, lembrar daquele momento bucólico que acabou de passar já é eternizar a alegria, é engrandecer a vida.
“e meu amigo não esquente a cabeça, que a vida não é tão difícil como parece ser...”

Se não me fragmenta a memória e com alguma ajuda, acho que é seu aniversário. Parabéns! (ao melhor guitarrista da Dogma85).

Diego Marcell 05/08/06

domingo, 10 de julho de 2011

Imaginação


A impossibilidade de tocar a sua imaginação é a pior sensação do mundo; você se sente pouco, nada, se sente inútil, fica louco, ou pelo menos tem vontade de ficar, para fugir e não precisar mais, nem querer usar sua imaginação. Pois a idéia brilhante ou não; mas de qualquer forma só é idéia se mostrada, do contrário não passa de desejo reprimido, aquilo que vai destruir, o que reprime se acaba, se dilacera, derrete como ácido o interior.

Eu pareço uma gelatina, eu pareço uma caverna, eu sou ou estou em uma, meus braços de tijolos querem destruir minha imaginação para que o resto do corpo pare de sofrer essa degradação, os nervos e as veias dilatam, os olhos e o sangue fervem, os dedos se contorcem como a boca, a língua e os próprios tijolos, ossos, destroços humanos que não servem para nada, já que seguram a imaginação nessa gaiola de pedra, já que matam essa no escuro de uma solitária, não à deixam nem pegar sol uma vez a cada sei lá que tempo.

Estou vivendo o mundo de um homem só. Cercado de cor até quando eu não sei; às vezes ele cansa e quer ser preto e branco ou comum como a tevê, mas aí ele prefere morrer pra tudo, de vez, em vez de ser programado, prefere dês-programar. O arco-íris de uma vida ainda há de aparecer. A imaginação ainda há de virar idéia.

Diego Marcell 2006

sábado, 9 de julho de 2011

Abissal


Desde a tenra infância toda forma de poder que implica naquela abside teatral infeccionada, não permitindo novos ares.

Não existe um pé de coerência e não haverá nem um andaime de caráter quanto a essa construção para que ela lhe sirva, e ou, ao próximo. Há uma anisopia secular de massas, com massas, quanto às massas; há gêneros incabíveis, há preconceitos inadmissíveis num cérebro normal, para um.

Evolução ínfima. A tecnologia é a mentira humana. É só um égotrip. É o espelho, espelho meu, existe... bláblábláblá. É o poder da criação sem motivo; é ainda a falta de explicação. O arranha-céu que sobe, é a declive moral. Cada número é uma crise existencial. A indústria fabrica amor descartável. A implosão da terra. Pólo abissal de residência, não haverá resistência. Pólo lucrativo, lucrando o que? Pólo de busca. Busca pé !? O mundo é abissal. A cratera no sol. A cratera, o câncer. A galáxia é uma marca. O mundo é abissal. O futuro está em nossas casas ( já ). E não há inicio. Só o inicio do fim, que já começou. Então só há fim. O mundo foi arrendado, e o preço que eles pagam é caro de mais, estão afundando no próprio esquema. Eles acreditaram no que não tinham. Mas ainda neste segundo, eles estão lá, acabando com tudo.

Não haverá revolução! No entanto, a evolução é abissal.

Diego Marcell 2006

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Teólogo: um ser quase impossível


por Leonardo Boff

Muitos estranham o fato de que, sendo teólogo e filósofo de formação, me meta em assuntos, alheios a estas disciplinas como a ecologia, a política, o aquecimento global e outros.

Eu sempre respondo: faço, sim, teologia pura, mas me ocupo também de outros temas exatamente porque sou teólogo. A tarefa do teólogo, já ensinava o maior deles, Tomás de Aquino, na primeira questão da Suma Teológica é: estudar Deus e sua revelação e, em seguida, todas as demais coisas “à luz de Deus”(sub ratione Dei), pois Ele é o princípio e o fim de tudo.

Portanto, cabe à teologia ocupar-se também de outras coisas que não Deus, desde que se faça “à luz de Deus”. Falar de Deus e ainda das coisas é uma tarefa quase irrealizável. A primeira: como falar de Deus se Ele não cabe em nenhum dicionário? A segunda, como refletir sobre todas as demais coisas, se os saberes sobre elas são tantos que ninguém individualmente pode dominá-los? Logicamente, não se trata de falar de economia com um economista ou de política como um político. Mas falar de tais matérias na perspectiva de Deus, o que pressupõe conhecer previamente estas realidades de forma critica e não ingênua, respeitando sua autonomia e acolhendo seus resultados mais seguros. Somente depois deste árduo labor, pode o teólogo se perguntar como elas ficam quando confrontadas com Deus? Como se encaixam numa visão mais transcendente da vida e da história?

Fazer teologia não é uma tarefa como qualquer outra como ver um filme ou ir ao teatro. É coisa seríssima pois se trabalha com a categoria”Deus” que não é um objeto tangível como todos os demais. Por isso, é destituída de qualquer sentido, a busca da partícula “Deus” nos confins da matéria e no interior do “Campo Higgs”. Isso suporia que Deus seria parte do mundo. Desse Deus eu sou ateu. Ele seria um pedaço do mundo e não Deus. Faço minhas as palavras de um sutil teólogo franciscano, Duns Scotus (+1308) que escreveu:”Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. Quer dizer, Deus não é da ordem das coisas que podem ser encontradas e descritas. É a Precondição e o Suporte para que estas coisas existam. Sem Ele as coisas teriam ficado no nada ou voltariam ao nada. Esta é a natureza de Deus: não ser coisa mas a Origem das coisas.

Aplico a Deus como Origem aquilo que os orientais aplicam à força que permite pensar:”a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. A Origem das coisas não pode ser coisa.

Como se depreende, é muito complicado fazer teologia. Henri Lacordaire (+1861), o grande orador francês, disse com razão:”O doutor católico é um homem quase impossível: pois tem de conhecer todo o depósito da fé e os atos do Papado e ainda o que São Paulo chama de os ‘elementos do mundo’, isto é tudo e tudo”. Lembremos o que asseverou René Descartes (+1650) no Discurso do Método, base do saber moderno:” se eu quisesse fazer teologia, era preciso ser mais que um homem”. E Erasmo de Roterdam (+1536), o grande sábio dos tempos da Reforma, observava:”existe algo de sobrehumano na profissão do teólogo”. Não nos admira que Martin Heidegger tenha dito que uma filosofia que não se confrontou com as questões da teologia, não chegou plenamente ainda a si mesma. Refiro isso não como automagnificacão da teologia mas como confissão de que sua tarefa é quase impraticável, coisa que sinto dia a dia.

Logicamente, há uma teologia que não merece este nome porque é preguiçosa e renuncia a pensar Deus. Apenas pensa o que os outros pensaram ou o que o que disseram os Papas.

Meu sentimento do mundo me diz que hoje a teologia enquanto teologia tem que proclamar aos gritos: temos que preservar a natureza e harmonizarmo-nos com o universo, porque eles são o grande livro que Deus nos entregou. Lá se encontra o que Ele nos quer dizer. Porque desaprendemos a ler este livro, nos deu outro, as Escrituras, cristãs e de outros povos, para que reaprendêssemos a ler o livro da natureza. Hoje ela está sendo devastada. E com isso destruímos nosso acesso à revelação de Deus. Temos pois que falar da natureza e do mundo à luz de Deus e da razão. Sem a natureza e o mundo preservados, os livros sagrados perderiam seu significado que é reensinarmos a ler a natureza e o mundo. O discurso teológico tem, pois, o seu lugar junto com os demais discursos.

Leonardo e Clodovis Boff escreveram Como fazer teologia da libertação Vozes 2010.

FONTE LEONARDO BOFF

Catarse


Às vezes a oração, o dialogo com alguém especial e alguns momentos da vida são uma catarse para nos colocar em ordem, ou nos tirar a ordem, nos por do avesso; como uma dor na alma, como sonhos mortos e desejos reprimidos, fugir é tentar se libertar das vozes da razão que lhe cutucam deixando o corpo pintado de hematomas.

Como Deus resolve direcionar suas causas não nos compete saber, mas escolhemos a direção que nos faz menos racionais para termos desculpas para dar quando nos afogam em latões de água.

A vida social parece não querer ambigüidades e só percebemos quando queremos ser o hibrido numa situação onde tudo é definido com exatidão. Exatidão que sufoca o poeta que se vê entrelaçado de sentimentos e tem que calar porque seus hematomas doem.

Sem fôlego para correr e sem adrenalina para nos alimentar, assim morremos do mesmo jeito que tentaram matar Deus. Porém, não somos tão fortes como o antigo alvo da sociedade, se Deus se reinventa, deve Ele nos ressuscitar após cada tijolo arremessado nas mulheres do oriente médio, Ele deve nos sustentar após cada seca e fome dos meninos da África, Ele deve nos levar num plano perfeito, numa hora marcada pelos relógios da natureza e nos fazer colher sonhos de um jardim tão ameaçado e desmatado que é este que aí está. Lá compreenderemos será, algum dia, a reinterpretar o que nos deram?

Diego Marcell 07-07-2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Para Alex viajão


O dinheiro alonga o mundo,
Com sua desenvoltura pessimista;
Encurta os oceanos
Com rios e contas no banco.
Se o Havaí é ali
O Haiti e o escambal...
A Espanha fica a um palmo
Do morro Almodóvar do Vidigal.
A nado se move um bocado,
A salto se dorme uns dias,
A capital se diz "oi" e "tchau"
Na mesma freqüência.
A Espanha é ali,
Mas o ano passa nessa virulência,
Deixando ainda mais necessário
Não ter distância!

Nessa era globalizada, o mundo é um lugar só!

Diego Marcell 10-2006

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O porta jóias, O porta malas, O...


Eu guardo entre mãos, calor de noites explícitas, razões de histórias epífitas, agora sem o menor valor. Guardo jóias enferrujadas, ensino de escola, beijos sem gosto, brincadeiras sem alma que pintam o chão de cores tristes, mas que por algum motivo guardo sem intenção. Também guardo o inolvidável que ainda não entendo, talvez por isso haja a necessidade dessa histoplasia fictícia ainda, ou não; para ser real, ou não.

Eu guardo laços, eu desato.

Eu guardo novidades antigas, eu levo o futuro.

Quero saber me perder.

Já nas minhas perdas, foram boas, mas será que hoje elas me serviram? Será que a de hoje não me servirá amanhã? Será que dúvidas são respostas?

Será que eu guardo o que eu guardo no que eu guardo na hora de guardar o lixo, o trapo, as coroas, os países, os cenários?

No meu personagem o que importa é calar, então estou fugindo dele para escrever; não quero nunca esquecer de voltar, não quero nunca me esquecer lá também. Ou talvez sim.

Diego Marcell 20/10/06

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sobre: Eu.


Uma criança pra guerra não sei se seria minhoca pro tubarão, Jonas pra baleia, se sairia bem, ou não? Talvez eu ainda seja muito branco prá'quilo, talvez meus olhos sejam muito verdes prá'quela paisagem cinza, talvez meus cabelos sejam muito macios prá'quele gás carbônico, talvez meu sotaque seja muito sulista prá'quela importação nordestina. Não é me redimir com palavras, pra uma estrada triste e sem horizontes, que antes haviam, tudo parecia infinito, hoje tudo parece apenas um cenário que acaba ali, depois daquele arbusto.

Não é pensar de mais, é apenas pensar melhor, é apenas pensar; é apenas assumir meu novo país, meu novo gosto Havaí, deixe Recife, deixe a Amazônia para os índios, deixe o Pantanal pra Juma, deixe a Argentina, deixe Cuba, deixe Nova York, deixe Portugal e a África pros conservadores, agora me deixe aqui em Santa Catarina graça Curitiba, Rio de Janeiro de criança, me deixe escolher o presidente do Fluminense, me deixe escolher o elenco, me deixe o cinema vir até todos, me deixe sambar quieto no show de rock, me deixe amar, pois o amor é a corda que move o brinquedo, me deixe ter amigas, me deixe criticar, me deixe casar, me deixe mudar, pois aprendi novas coisas, me deixe crer em Jesus Cristo pra me salvar na minha eterna alegria, me deixe ser Diego Marcell sem mérito nem demérito, só me deixe.

Diego Marcell em 2007, em meio a escolhas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Algo em comum


Há uma ponte aérea que não sabemos onde dá. Insônia, pensamento, pesadelo, emprego, desemprego, insônia, inquietação; nós que somos obcecados pelo incrível sensor individual da própria usina, criação intensa, recursos zero.

Há uma ponte aérea que não sabemos aonde dá. Talvez caia sem lugar, ou talvez seja o nosso lugar, onde já deveríamos ter chego a muito tempo, ou talvez seja cedo ainda, nunca sabemos; o tempo é certo, irregular, mas certo talvez, talvez não.

Há um satélite nos ligando, nos desligando, nos lembrando, nos perdendo nesse imenso deserto psicodélico. Nesse imenso mar político de nossas almas. Dessa eterna insônia cheia de descargas elétricas; cheia de tudo, quando queremos nada; cheia de estações, quando só queremos uma cama; cheia de pesadelos, quando só queremos um sonho bobo; cheia de sonhos loucos, quando só queremos um pesadelo bobo.

Diego Marcell 28/10/06

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A ilha


O mundo das dúvidas é o mais divertido; a complexidade do mistério me faz viajar, quanto mais se descobre, quanto mais se aprende, mais desconhecimento se obtém; é a infinidade que faz sonhar, como é bom saber que nada sei; se outros sabem menos, infelizmente eles sabem tudo (infelizmente principalmente pra eles, senhores e escravos de si).
Entrar sem compromisso nesse universo, é adquirir bagagem para ir mais longe (peso para afundar). Não me interesso nem um pouco pela objetividade, nem pelos intelectuais da objetividade (mesmo que muitas das vezes eles se achem os da subjetividade, idiotas da tal). O silencio tem as melhores respostas para nossa inquieta audição e o tempo é o melhor ponto para nossa vista sem direção!

Tire o foco do seu umbigo e se perca no horizonte turvo e cheio de miragens, só assim se achará em estradas estranhas que levam àquela estrela; e ali será só o começo dessa vida de descobertas.

Pôr isso me perco em certas breguices. Pequenos lugares podem ser labirintos maravilhosos, é só exercitar sua mente.

Diego Marcell 2006 (isso foi antes de ler Sócrates, Kant e Heidegger)

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