segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coração em decomposição



O que é chamado pecado, que permeia a humanidade, é a podridão sentimental que sustenta preconceitos e falácias que rangem nas atitudes destes que Jesus tendia a ignorar.

Minha experiência no comércio de uma cidade do interior, e numa instituição religiosa da mesma cidade, acrescentou-me como uma escola da vida, me possibilitando analises antropológicas e teológicas através da convivência com este “mundo decaído” de seres humanos, que por mais religiosos que parecem ou tentem se apresentar, possuem seus corações desfigurados e sem pulsação vivificante assim como aqueles que o mestre já denunciava: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23.27)

Jesus seria hoje tachado de pecador e herege pela maioria das igrejas Cristãs e seus membros, justamente por andar com os excluídos das instituições que levam o seu nome e inclusive da própria sociedade, Jesus era o marginal dos marginais, seria escândalo para estes que hoje são o escândalo do verdadeiro evangelho, mas que tomam como sendo seus os domínios da vontade divina.

Justamente por conhecer os corações das pessoas que ele depositava valores e investia na vida de alguns excluídos e era diretamente enfático com alguns que se achavam dignos de algo. Assim vejo a sociedade partindo do pressuposto quantitativo proporcional de população e seu baixo percentual de cultura que acentuam e aceleram o esfacelamento de corações já em decomposição. Tanto a ignorância (não como falta de conhecimento, mas como falta de saber), quanto a maldade originada do ego que favorece tudo que é para si e degrada tudo que é do outro, nisto vemos a falta de honestidade, fazendo destes homens e mulheres seres inferiores aos animais que na cadeia natural seguem o ciclo de apropriação, caça e sobrevivência baseados no instinto; já os humanos deixam tanto a racionalidade que direciona para a boa convivência do favorecer o outro para uma retribuição natural baseada no respeito, por um “eu” que quer o que irá denegrir o outro, gerando conflito e por consequencia degradação até a morte daquele que possui tais sentimentos e pratica tais atos.

Ganância, prazer, dinheiro, falsa-esperteza, inveja, e tantos outros pecados capitais ou não, mas que geram outros e outros numa cadeia de excremento de humanidade que faz da mesma um grande antro caído e sucumbido para a perdição.

Membros de igrejas que preferem seguir cegamente um evangelho torto imposto por algum pastor, padre ou líder religioso, e pensam estar sua salvação ligada a seus compromissos eclesiásticos, enquanto sonha em oculto relembrando os sabores dos seus antigos prazeres mundanos que ainda lhes sobrevém a mente quando há oportunidade, ou que facilmente vende sua alma por preços irrisórios para estas instituições de teologia distorcida, mas que como práticas diabólicas se colocam a julgar o próximo definindo quem é ou não salvo, algo pertencente exclusivamente ao Criador, mas que estes, sepulcros caiados, que não possuem o fruto do espírito, mas a arrogância do preconceito baseado no seu parco conhecimento, são abafados por seus fantasmas do passado que dominam estas mentes fracas, porém mascaradamente embelezadas pela religião.

Hoje compreendo o mundo que se perdeu no “Éden” e se sobrepuja negativamente desde então, com novidades malignas para se auto-proclamarem ou se auto-satisfazerem na ilusão de um mundo sem sentido e infeliz tanto da população sem conhecimento do Salvador, como dentre os mais ávidos leitores da Bíblia que não entregaram seu coração ao Espírito de Cristo apesar do tanto confessar de seus lábios. Ambos permanecem sem o Cristo da restauração, pois vivem de baixo do pecado ou da lei, e nada pode os levar ao alvo da perfeição além de Jesus, o exemplo máximo, o possuidor do amor.

Diego Marcell 31-01-11

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