Parece-me que no Brasil todos ouvem audivelmente a voz de Deus, e mantêm uma relação intima com este ser, todos são conhecedores da sua vontade, todos possuem um ótimo conselho espiritual ao outro que ele julga necessitado.
Se isto é verdade, para que serviram meus estudos teológicos, posso queimar meus livros conceituados e caros, pois é tão superior a sensibilidade espiritual da população sincrética e sem identidade que é a brasileira.
Qualquer “espiritozinho de porco” de quinta categoria que vem disfarçado de anjo de luz de vela é suficiente para parecer Deus diante destes problemáticos mortais, dependentes da fraqueza e necessitados de um bom psicólogo. Mal sabem que ninguém pode ver a Deus. Porém, em Cristo Jesus O enxergamos em carne para aprendermos dele como é viver. Sem estes conceitos meramente sugeridos, precariamente místicos, mas pela atitude do Homem que mostrou ao mundo o que é ser humano. Não se absteve de alimentos porque sabia que podre é aquilo que sai da boca do homem corrompido, não se separou dos pecadores para mostrar que a relação com o Divino só é possível se a tua relação com o próximo for verdadeira. Em tudo que trouxe, foi para a humanidade reaprender a ser. Suficiente foi sua obra, não precisamos de novas revelações, novos iluminados, novos deuses únicos; a obra da humanidade restaurada está no nascimento, vida e morte de Jesus, nascido da virgem, pois foi gerado por Deus, pelo Espírito que se manifesta em toda criação e criatividade teologicamente cristocêntrica.
Me perdoem aqueles que buscam na subjetividade dos oráculos as respostas, ou em sonhos, ou em novas mensagens, a única e perfeita relação da humanidade com o Deus é Jesus Cristo, o próprio que se fez humano para restaurar o que havia sido perdido pelo distanciamento do propósito inicial.
O único homem não gerado pelo homem, é também aquele que é a primícia dos ressuscitados, os outros são meros mortais, pecadores e incapacitados de iluminarem, trazerem algum ineditismo ou salvarem alguém.
Pois místicos sem fundamento teológico o Brasil está cheio. Mas a mística quando vem de Deus não contradiz sua mensagem central, nem foge à razão.
Diego Marcell 02-01-11
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