quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A religião dos solitários



A religião dos solitários, vozes que clamam em meio aos arranha-céus e ecoam pelas vielas da cidade. Nós não temos com quem conversar, já que nossa comunidade é virtual, não sentimos o aroma do café fresco.

Caminham sem destino e encontram-se na verdadeira religião, conversar com desconhecidos, sem saber o que, ver o seu Deus no inóspito, também ali enxergar o amor, algo que não vem daqui, incapaz ao homem produzir, raro nos dias de hoje, de repente brilha num céu cinza, como a prata em meio ao pó.

Não ser aceito pelos fariseus, excluído pra chegar a Deus, é assim que fala o Soberano, é assim que age nos escolhidos.

Não somos padrão da religião do homem, não somos padrão para a mídia, somos estranhos, mas ninguém sabe porque.

Flutuamos com gravidade, as vezes parecemos invisíveis, chamamos sua atenção, mas só vêem sombras, nossas vozes são “off” e nossa imagem reflexo da criação, mas nosso ser eles omitiram por vontade própria, ou de alguém mais esperto e mais vivido na própria degradação.

Eles fazem rituais para agradar a Deus, mas dormem longe dos seus braços; eles cumprem rituais para ouvir Deus, mas andam pelas ruas com seus ouvidos tapados; eles fazem sacrifícios para receber de Deus, mas recusam sua graça; eles fabricam adoração a Deus, mas descartam uma vida de comunhão.

E nós que nada somos, nada temos, nada fazemos, só queremos nos relacionar com o seu Verbo que sendo vida nos leva a racionalizar o transcendente para saber que a verdade liberta, que a verdade é profunda e impossível de medir, mas fala ao coração puro com a divina simplicidade da mensagem de Jesus.


Diego Marcell 14-06-10

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