Num café preto, cheio de açúcar, eu armazenei o meu cinema. No seu cheiro, nas suas roupas, nas suas fitas e edições. Em Curitiba, numa Curitiba capital do cinema cosmopolita. Nos sóis do meio-dia. Na alegria colorida e cintilante da noite antiga. Lá nas ruelas cinematográficas, de negros sobretudos sobre asfaltos úmidos, sob postes de luz.
Escolhemos a diversão e o ativismo, mas não a profissão; escolhemos a cultura, a arte e o café, mas não a escravidão. Escolhemos em nossos quartos, a filosofia de um filme desconhecido, a chuva e o verde das folhas, a janela do prédio que filma a cidade parada, estática e as buzinas. O que fazer? Ligar para alguém, comer uma salada, beber um vinho e conversar.
A noite pede mais um plano, mais um livro que eu deixo para amanhã, temos que ler um roteiro antes de dormir. Temos que escolher a vida, antes que o café congele, coisa que nunca deixamos que acontecesse.
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