terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Meia geração
No tempo em que brincavas de poemas
Num fundo azul
Quais eram seus problemas?
Quais eram seus sonhos, já que tudo,
Em tudo se podia brincar,
Como brindar a esta geração.
E para agora
No vazio das baladas repetidas
Fracionadas e inflacionadas de morbidez
Juvenil
Para beber bebidas fortes e caras
Para perder ao encher a cara
Para acordar sem o fundo anil.
Para que se deixar tão rapidamente
Numa marola levar
Na correnteza que te acorrenta numa
Noite sem colorido
Pouco criativo é teu deitar
E repetido teu levantar
Pois já não sonhou outra vez.
Oh morbidez, que te leva ao estudo sem tesão
Que te leva a anestésicos na televisão
Que te leva a futilidades literárias.
Oh refratários, da própria existência
Que perdeu a conecção
Já não tem hard-core
No seu coração.
Oh, mesmo que rasa.
Sua adolescência e amizades
Eram laços de verdade,
Que a vida a matou
Como mito burlesco
Que te esfriou ao vê-lo frio
Estagnado no chão da grande cidade
Má-orientada
Sua entrada, por ruas poluídas, que são possuídas
Por fakes e fantasmas de vidas passadas de infelizes
Acadêmicos, de gente mecanizada pelo sistema
Socialmente aceito em determinados departamentos.
Triste fim este meio.
Vê-los aceitos por aceitarem a própria derrota.
Como uma vitória em nome da média.
Apesar das notas mais altas, vocês nunca passarão
Da pobre e triste média dos depressivos controlados,
Aqueles que não morrem na lama,
Mas que não possuem salvação.
Melhor seria morrerem na lama,
Suas vidas seriam mais dignas, engraçadas e
Fariam mais sentido para estas almas
Que agora adormecem ressequidas em
Corpos programados para exercerem funções
Médias.
Diego Marcell 16-12-10
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