O sentido da humanidade gira em torno de um deus, seja ele o que ou quem for, mas nada move o ser humano que não seja um deus que ele optou; que até pela opção da morte é destinada a um deus, suicídio em nome dê.
Os principais deuses que estão em voga hoje são o dinheiro e o ego, ambos refletem uma entidade chamada individualismo, que inspira a adoração nos deuses contemporâneos.
A vida do ser gira em torno do deus que ele optou, a relatividade do conceito de bom e mal em torno dele e ainda mais a doutrina da responsabilidade pessoal é que destinam a vida do adorador. Geralmente estes deuses encaminham as pessoas a vidas sem razão (no sentido de razão e fé distorcidos, sem reflexão) levando e elevando à graduação degradante do ser originalmente racional à irracionalidade, tendo vontades animalescas ou dementes como naturais do cotidiano.
“Não vos espanteis com os sinais do céu, ainda que as nações se espantem com eles. Sim, os costumes dos povos são vaidade, apenas madeira cortada na floresta, obra da mão de um artista com cinzel... São espantalho em campo de pepinos. Não podem falar; devem ser carregados, porque não podem caminhar! Eles todos são ignorantes e insensatos: o ensinamento das vaidades é madeira... então todo homem se torna estúpido, sem compreender, todo ourives se envergonha dos ídolos, porque o que ele fundiu é mentira, não há sopro neles! São vaidade, obra ridícula; no tempo do seu castigo, desaparecerão.” (Jr 10. 2,3,5,8,14,15)
“Que dizem à madeira ‘Tu és meu pai!’, e à pedra: ‘Tu me geraste!’ Porque eles voltam para mim as costas e não a face, mas no tempo da desgraça gritam: ‘Levanta-te! Salva-nos!’ Onde estão os deuses, que fabricaste para ti? Levantem-se eles, se te podem salvar no tempo da tua desgraça! Porque tão numerosos como as tuas cidades são os teus deuses! (Jr 2. 27-28) – cf. Is 44.9-20, Sb 13.
Independente de religião, a própria pode estar apresentando um deus que não é o seu oficial (um exemplo explicito são as igrejas neopentecostais), ou os fiéis de uma religião que adoram inconscientemente um deus diferente do qual professam o nome; todos em todos os lugares estão sujeitos a este fenômeno.
Um conceito pode tornar-se o deus, vejamos o exemplo dos ateus que são considerados os mais ridículos adoradores, ao não crerem em alguma divindade acabam fazendo o seu deus com objetos bem mais absurdos e bizarros.
Para entender melhor o caráter teo/antro/sócio-lógico, vem as perguntas para a reflexão.
Qual o sentido da sua crença? Para onde o seu deus está te levando?
Em 99% das vezes ele está te levando a um caminho turvo, na contramão ou a lugar nenhum.
E a este deus vale a pena você perder sua vida por ele? Você chegaria ao ponto de entregar-se por este ideal? É relevante e racional, além de completá-lo (a) por inteiro? Ele oferece uma carga energética que te faça vibrar regozijado mesmo na adversidade? Se não, então ele é um deus pífio de mais para você segui-lo, já que quando menos se espera ele te suga a alma, e se não houver chão em sua vida, não haverá saída, ainda mais que na maioria é o próprio deus criado este chão.
Não pense que você é alguém que não possui um deus desses, que tem domínio sobre si, pois você mesmo pode ser seu deus enganador que te sujeita suavemente numa liberdade forjada em nome do grilhão.
O objeto é individual e, portanto inumerável para defini-lo, mas a formula que movimenta é a mesma, sobre ela somente, que podemos buscar soluções.
Se o seu deus não morreu por ti, não vale a pena morrer por ele. Note as palavras de Jesus: “Pois aquele que quiser salvar a sua vida, a perderá, mas o que perder sua vida por causa de mim, a encontrará.” (Mt 16.25)
Se o seu deus falha, não vale a pena confiar seu destino a ele.
Pense em quem definiu teu conceito de bom para você aplica-lo em nome da tua responsabilidade pessoal e correr o risco de entregar esta oportunidade de viver, para a sorte de uma entidade que é apenas extensão da sua mentalidade defeituosa e limitada, o que faz do seu deus algo ou alguém menor que você, o adorador e fundador do objeto.
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