terça-feira, 26 de julho de 2011

O que escolhi


Em nome da verdade eu sempre abandonei possibilidades, abdiquei de futuros garantidos, desprezei o que não me era natural; por tudo isso não ganhei nada prático, que me ajude, que me leve para amanhã, muito pelo contrário, adquiri uma solidão existencial que me acompanha em todo momento. Será que esta verdade é mentira? Será que meu ego me possui de tal forma que este Deus que se materializa na salvação dos escolhidos não pode me esconjurar? Se cresse nisso seria ateu.

Estou prestes a me vender, estou na porta do comércio, me abandonando para alimentar o físico, enquanto sufoco minha alma para respirar meu corpo, devo me lançar no ostracismo para ser alguém nessa sociedade vampiresca.

Não sobrou água no meu corpo, me angustio por um amanhã duvidoso, nesta angústia vejo o dia clarear e escurecer e permaneço estático, paralisado, envenenado pelo silêncio.

Tudo que digo não é ouvido, não sou interpretado e não existo, sou impedido de ir e proibido de voltar, só me querem à maneira deles, manequim industrial, ser não-pensante, de cortinas beges, sem barba e com gravata que nem precisa fazer nó. Não importa o que eu como, não importa o que eu sou. Só importa o que eu tenho e eu não tenho nada que eles possam ver.

Eu estou agarrado num fio de esperança que não suportará a brisa do amanhecer.

Diego Marcell 12-07-11

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