Eu guardo entre mãos, calor de noites explícitas, razões de histórias epífitas, agora sem o menor valor. Guardo jóias enferrujadas, ensino de escola, beijos sem gosto, brincadeiras sem alma que pintam o chão de cores tristes, mas que por algum motivo guardo sem intenção. Também guardo o inolvidável que ainda não entendo, talvez por isso haja a necessidade dessa histoplasia fictícia ainda, ou não; para ser real, ou não.
Eu guardo laços, eu desato.
Eu guardo novidades antigas, eu levo o futuro.
Quero saber me perder.
Já nas minhas perdas, foram boas, mas será que hoje elas me serviram? Será que a de hoje não me servirá amanhã? Será que dúvidas são respostas?
Será que eu guardo o que eu guardo no que eu guardo na hora de guardar o lixo, o trapo, as coroas, os países, os cenários?
No meu personagem o que importa é calar, então estou fugindo dele para escrever; não quero nunca esquecer de voltar, não quero nunca me esquecer lá também. Ou talvez sim.
Diego Marcell 20/10/06
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