domingo, 24 de julho de 2011

Academicismo brasileiro ou Isto é Brasil


O academicismo está repleto de conhecimento, mas carente de sabedoria, sem novidade, sem incentivo à experiência, numa produção de réplicas cada vez com menos qualidade. Isto é o 3° mundo, isto é Brasil.

Um país regionalista que a sua tradição não sabe se colocar na atualidade, não sabe se renovar e o que causa este confronto de uma cultura ultrapassada tomada pelo que é moderno – a cópia do exterior – como corpo estranho enxertado para fingir para si mesmo que esta voz que fala é original, mas não é, é eco tímido da criação alheia com pitada descarada desse arcaico ser regional do fim do século XIX e início do século XX.

Com exceção de alguns que tiveram pensamento universal dentro do país como Leonardo Boff na teologia, Marina Silva na política, Niemayer na arquitetura, os Gracie nas artes marciais, CSS na música, Glauber Rocha no cinema, Paulo Freire na educação e alguns outros, mas na amplitude da análise o Brasil não existe neste início de século XXI. Existe uma globalização que precisa avistar o Brasil para dizer para si mesmo que ali ele está, quando Stallone vem explorar sua excentricidade, quando a Gisele faz um “paz e amor” para a câmera ou quando um brasileiro faz um gol bonito, mas um país artístico, intelectual ou cultural não existe por aqui. Uma sólida produção que fomente o surgimento do pensamento destacável é impossível, pois para se conseguir alguma coisa é preciso elaborar projetos detalhados para os editais burocráticos do governo que prioriza nomes de peso, reconhecidos e de carreira mais do que feita, para se conseguir algo neste país se deve estar maduro, quase podre, muitas vezes podre, e aí acontece o desperdício, aqueles que estão prestes a ficarem no ponto da colheita são esquecidos por esta tradição arcaica de interesses políticos.

Diego Marcell 25-04-11

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