Quando surge uma obra, uma idéia, uma novidade que seja, levando o amor de Deus ao mundo e popularizando a mensagem, logo chegam os fundamentalistas, donos das suas religiões, colocando listas de heresias, levando “luz” no engano, fazendo “apologética”, verbalizando com raiva em nome da “fé pura” o que eles chamam de “voz do capeta”! Mas quando me coloco a analisar estes “defensores do cristianismo”, tento ver neles alguma relevância no meio secular, tento avistar algum balsamo em suas atitudes, tento espremer algum gesto de Cristo de seus rompantes de santidade; e o que vejo?
Vejo a falta de sentido naquilo que fazem, amantes da instituição, idólatras de um Deus literariamente vivo na bíblia, mas morto no espírito.
Percebo que este evangeliquês está produzindo lunáticos que se reúnem para adquirir mais loucura e tomar injeções de demência e choques elétricos na psique. E doentes que buscam a igreja como seu hospital, acabam caindo nas mãos de médicos monstros que os aterrorizam semanalmente com seus dogmas neopentecostais.
Por que um homem se dispõe a criticar algum escritor, alguma obra cristã ou até mesmo secular, que demonstram decisões teológicos ou filosóficas do autor que não interferem no sentido geral ou na decisão histórica que faça a partir daí uma revolução no mundo, ou local; o que ganham com isso estes críticos? Que diferença iria fazer na vida de um outro possível? Que diferença faria para Deus? Assim como este meu texto uma simples manifestação desencadeada por aquilo que abomino, mas que por seu mal me deixa igual ao que me traz repulsa, graças a falta de reflexão filosófica e teológica destes que determinam heresias sobre conceitos que só o são pelo tempo de repetição desta mesma classe que carece de saber.
Pura metalinguagem é viver e aprender no ato carnal onde o espírito eleva-se para compreender as chances da vida de óticas múltiplas, algo inacessível para estes filhos de “pais na fé” que são os hierárquicos, os tricotomistas, os que enriquecem pregando prosperidade que só faz sentido se o pregador também é o devorador dos pobres fiéis. Ou o julgador da vida espiritual do outro e o jogador da vida de muitos, o que o faz um louco varrido deste universo sem sentido para Deus que é o da fuga da naturalidade em nome desta espiritualidade de quem já perdeu a conexão com o evangelho puro do Amor de Deus.
Pobres rígidos em suas andanças, não entendem a ironia, para eles alegria é palhaçada, não possuem papilas degustativas, apenas a mesmice da comodidade, da vidinha engaiolada, uma religião televisiva que os fornecem tudo em baixa qualidade, mas suprem suas necessidades animalescas como se fosse o alvo divino. Rastejam pelo ouro quando Jesus disse que este seria como o barro dos nossos calçados. Trocaram os valores e por conseqüência possuem seus valores teológicos distorcidos e os filosóficos longe de qualquer possibilidade de pensar a vida em sua magnitude.
Romper com sua loucura é loucura de Deus na sobriedade da teologia para se viver no caos como se habitasse na calmaria. Loucura dos homens é Adão caído, corrompido por seu próprio designo, mesmo que chame isto de deus. É preciso ser chamado de louco pelos loucos, ser expulso do hospício como se saísse da caverna arremessado pelos homens que foram usados por Deus da mesma forma que Ele usou o Faraó como instrumento da sua glória ante os judeus, para olhar de fora e ver a realidade e sentir na pele que louco não se assume por gostar de ver reflexos nas paredes, esta é sua principal diversão, querem ser Napoleão, brincar de Adão escondendo o fruto proibido, enquanto Jesus chorava pelos oprimidos, conversava com excluídos e não se importava com detalhes sem importância.
Diego Marcell 15-02-11
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