Quem nunca se perdeu num sebo não sabe o que está perdendo, utilizar o Google para buscas é sempre algo imediato e possível de incluir em alguns cliques um mundo geográfico imenso, mas um sebo não fica atrás, não tem a praticidade, mas quase sempre tem um interessante exemplar da espécie a nos ajudar, indicar direções e similaridades. O acaso acontece no Google, mas uma acaso com sabor de história acontece num sebo. Para os tecnólogos do presente, os trabalhadores e amantes dos sebos podem parecer esquisitos, mas se você não está acostumado, reserve uma manhã de sábado e se perca numa parte da produção intelectual do mundo, com certeza algum livro vai te chamar. Talvez você até ache que esquisito seja mesmo só se relacionar com bytes…
O André Ferreira do Livronauta pediu a colaboração deste blog para divulgar o que fazem, e foi prontamente atendido. Alfarrabistas são amantes da continuidade, ajudam a levar histórias de uns para outros, ensinam que muitos podem compartilhar o amor exclusivo e único e depois, passar a outros, que nunca viram. Um sebo é um dos lugares mais interessantes para se despender uma manhã. Veja abaixo o artigo produzido pelo Alejandro Rubio.
Sebos
Segundo a Wikipédia, “Sebo” ou “Alfarrabista” é o nome popular dado a livrarias que compram, vendem e trocam livros usados. Segundo meu pai, era o único lugar onde ele podia buscar a leitura para cada dia, onde se achava nas mesas de ofertas livros baratos, e onde depois se podia reciclar parte da biblioteca fazendo um bom dinheiro. Para minha mãe era a ocasião perfeita para achar aquele livro que era um drama romântico, que o meu pai pedia que eu o escondesse para ela parar de chorar. Para os meus amigos, era o lugar perfeito para a caça ao tesouro….
Lembro bem da ocasião em que junto com Enrique, saímos de bicicleta e fomos ver revistas no Sebo e achamos embaixo de uma pilha, uma quantia de dinheiro. Ficamos congelados…..Nunca tínhamos visto tanto dinheiro assim. Nossa consciência nos dizia que esse dinheiro não era nosso, nossa cobiça dizia que essa pilha de gibis poderia ser lida, mesmo não tendo a grana. Repare que em nossa mente infantil, o dinheiro não valia nada, mais a possibilidade de ter livros e revistas para ler sim!
Sobre o autor:
Alejandro Rubio, dono da Livraria Osório, faz parte do Portal de Sebos Livronauta.
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