Texto escrito por André Ferreira do Livronauta
Segundo dados do IBGE de 2008, o brasileiro lê em média 1,8 livros por ano (contra 4 na Colômbia e 15 na Suécia). São dois os fatores que contribuem para essa baixa taxa de leitura anual: o desinteresse cultural e o alto preço dos livros vendidos nas livrarias. Para aqueles que apreciam uma boa leitura, existe uma alternativa boa e barata: os sebos.
Os sebos são livrarias que vendem livros usados com preços mais baixos em relação as livrarias tradicionais. Ao contrário do que muitos pensam, pelo fato do livro já ter sido manuseado, podemos encontrar obras em boa qualidade e em ótimo estado de conservação. Diferentemente das livrarias tradicionais – que normalmente priorizam os best-sellers e lançamentos – os sebos possuem uma grande variedade de títulos, podendo encontrar diversas obras fora de publicação.
Como e quando surgiram as primeiras livrarias e sebos ?
As primeiras livrarias surgiram em meados do século XVI na Europa após o aperfeiçoamento da prensa móvel, onde o processo de cópia dos livros passou a ser mecânico e não mais manual, consequentemente aumentando o número de livros produzidos. Na França, por exemplo, os pioneiros foram os boquinistas, que até hoje vendem seus livros às margens do Rio Sena em Paris.
No Brasil, as livrarias demoraram a aparecer, somente por volta da metade do século XIX, quando
as primeiras máquinas de impressão chegaram no país.
as primeiras máquinas de impressão chegaram no país.
O aumento do número de livros circulando pelas cidades fez com que o comércio literário se tornasse uma necessidade para a população. Os colecionadores e curiosos apaixonados pelos livros que saíam à procura de antiguidades e raridades, acabaram incentivando um outro tipo de comércio ainda inexistente, o comércio de livros usados, conhecidos na época por alfarrábios na Europa. No Brasil, as lojas de livros usados são popularmente conhecidas por “sebo”.
O termo “alfarrábio” deriva do nome Al-Farabi, filósofo muçulmano que viveu entre 870 e 950 d.C. Por sua imensa biblioteca de textos antigos e com a reputação de grande leitor, Al-Farabi teve seu nome alterado e incorporado na língua portuguesa para denominar “livro usado”. Acredita-se que o termo “sebo” derive de quando ainda não existia energia elétrica e a leitura era realizada sob a luz de velas que respingavam vestígios de gordura nos livros.
Para saber mais
Copistas: heróis silenciosos da história dos livros
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Fonte Livros e Pessoas
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