Em junho deste ano reabriu o Museu Municipal de Arte de Curitiba
que estava fechado desde 2005, o Muma teve a sua estrutura interna revitalizada. O prédio recebeu uma nova cisterna, elevadores, obras de acessibilidade, cabeamento elétrico e um sistema de ar-condicionado.
Circulei pela sala dos artistas paranaenses contemporâneos (com algumas manifestações que são as minhas favoritas pela mescla de materiais), pela sala dos artistas paranaenses do passado com obras do século XIX até o início dos anos 80; no centro de artes digitais pude interagir com um belo trabalho de vídeo mapeamento, além de cruzar pela biblioteca que fica perto da entrada do museu.
No térreo está o Cine Guarani que oferece filmes de circuito mais alternativo e com ótimos preços, principalmente aos domingos que pode assistir ótimos trabalhos por apenas 1 real. Ali também fica o teatro, com espaço razoavelmente grande para ambientes internos, tudo num clima moderno e claro.
Também numa sala no térreo está disposto o acervo pessoal do casal Lazzarotto. Poty Lazzarotto foi um desenhista, gravurista, ceramista e muralista brasileiro, tem obras espalhadas por toda capital paranaense, além de ter ilustrado livros de grandes escritores da nossa língua como Guimarães Rosa, Gilberto Freire, Jorge Amado, Dalton Trevisan, Rachel de Queiroz entre outros. Ao entrar na sala damos de cara com um quadro de sua mulher Célia Lazzarotto, seguindo em sentido horário passamos por Di Cavalcanti depois cruzamos por artistas de vários lugares e até por artesanatos de culturas específicas, até chegarmos a algumas obras de Cândido Portinari e seus clássicos registros de Tiradentes. Quase saindo da sala vamos de encontro com Picasso, uma espécie de vaso feito pelo espanhol quase passa despercebido, mas quando batemos o olho em dois quadros de desenhos logo identificamos o gênio, toda sua reflexão, seu surrealismo, que para um desavisado contemporâneo poderia ficar evidente uma espécie de história em quadrinhos psicodélica, uma ficção científica fantástica e onírica, com alguns códigos decifráveis talvez apenas por especialistas, mas de fácil apreciação para qualquer contemplador de arte. Com intenção exclusivamente subjetiva foi onde fiquei mais tempo, ‘preso’ naquelas linhas, naquelas formas, naqueles monstros que pareciam querer me dizer algo, não por palavras, mas aquela criatura de Picasso parecia querer dizer algo ao meu espírito.
Quem estiver por Curitiba vale sair um pouco do circuito turístico e conferir também o Muma que fica na Av. República Argentina, 3.430. (Em frente ao terminal do Portão).
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