sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A reprodução e a novidade


A reprodução de “coisas” não tem por que, não viso fazer o que já existe usando minha visão apenas acredito no livre exercício da arte e da linguagem, nisso quero apropriar a criação. Fazer da vivência deste imaculado habitat da alma a mácula carnal da sensação material. Tudo até aqui foi apenas exercício da prévia do artista, agora só importa o laboratório para a criação, acreditar no espírito pós-moderno que sujeita a estética à sua reverência.

Quero encontrar no núcleo mais absorto do teatro o jogo para re-vivê-lo, interpretando-o no âmago da expressão dramatúrgica e visual que dele se pode extrair.

No cinema, quero mexer com sua elasticidade videática, cores, texturas, frames, cortes, edições, brilho, poesia e moda, quero delirar, porque cinema é delírio, é loucura, e quando deixa de ser, perde todo valor artístico.

Quero falar com suportes e conceitos novos, velhos e diferentes e mesclá-los, quero com isto vender a idéia pós-moderna como a liturgia necessária para salvar-nos, pobres mensageiros da odisséia terceiro mundana, que ainda não aprendeu o que é isto que reproduz tão velozmente.

Religião-esporte-arte são as bases da vida, só assim se pode chegar ao ser e ao Ser. Mas o resquício modernista-iluminista que ainda ladra no ouvido capitalista é o que nos enterra vivo na solidão da cidade, sem ar nos deixam os “professores”, os analistas, os industriais que nos matam por venderem suas almas frias e secas para este discurso velho e fantasmagórico que tem seus dias contados, mas que se aproveita da letargia terceiro mundana.

Os computadores são vitimas dos seus “cientistas da computação”, quando deveriam ser o libertador nesta conexão pensante e criativa.

O terceiro mundo precisa deixar de ser manipulado vendo apenas o que lhes permitem. O terceiro mundo precisa entrar em conexão, infelizmente apenas os pequeninos estão conectados e, portanto, abafados pelo grande e velho ideal fantasmagórico da modernidade.
Vamos unirmo-nos pelo (re)manejamento do ideal da idéia pelo pensamento universal temporal que como bebê em trabalho de parto permanece metade para fora e metade para dentro da madre, vamos parir este pensamento, vamos unirmo-nos para dar peso ao voto na linguagem e pela democratização da estética, pois em se tratando de terceiro milênio pós-cristão, isto é a liberdade!

Diego Marcell 05-08-11

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